Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

21ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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Mt 23, 27-32

“… por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda podridão!

 

Ainda hoje, Jesus retoma os seus “ai de vós” contra os escribas e fariseus hipócritas.  Na verdade, Ele não suporta a hipocrisia.  Pior do que o pecado e a indiferença, que podem ser curados, a hipocrisia impede o encontro com Deus.

E Jesus não se deixa intimidar pela autoridade dos escribas e nem pela fama dos fariseus, por isso, não tem escrúpulos em apontar os defeitos das suas atitudes.

Ele estigmatiza, em particular, o defeito da aparência, isto é, de se mostrarem diferentes do que realmente são – “sepulcros caiados” –, com máscaras de piedosos e devotos. Tudo, como se Deus não tivesse os olhos para ver a nossa verdadeira face, o nosso coração; como se Ele não quisesse de nós honestidade e justiça …

Caríssimos, a hipocrisia nos torna falsos, fingidos, mascarados. Todavia, mesmo que pareçamos devotos, belos e bons diante dos homens, estes “veem a aparência, o Senhor vê o coração” (1Sm 16,7).

Sendo assim, torna necessário que toda a vida seja uma luta para libertar o coração desta doença de falsidade, mesmo que se nos pareça como um caminho sem fim, em prol da autenticidade.

Saibais disto, caríssimos: Deus prefere o filho apático e sem vontade ao hipócrita, simulador e fingido. Vos lembrais da parábola de dois filhos, cujo pai pediu para ir trabalhar na vinha, um respondeu que sim e não foi, enquanto o outro disse “não quero”, depois se arrependeu e foi (cf. Mt 21,28-32)?

Igualmente, na parábola do filho pródigo, este que se identifica com um convertido, regressado e retornado, enquanto o irmão mais velho, um hipócrita, um pseudo-perfeito e puritano – “eu te sirvo há tantos anos e nunca desobedeci à tua ordem (cf. Lc 15,11-32). Pois, Deus quer consigo filhos que regressam a Ele, filhos que se convertem, não hipócritas e falsos perfeitos. 

Irmãos caríssimos, como dita a nossa natureza humana, neste mundo passageiro, é muito difícil não sermos fariseus, “sepulcros caiados”, belos por fora e cheios de podridão por dentro … mas Deus prefere uma alma frágil predisposta e pronta a pedir perdão, pronta a regressar para Ele e pronta a se converter, recomeçando-se assim “a levar uma vida digna de Deus…” (1Tes 2,12).

Rezemos, portanto, como o publicano, que batia no peito, dizendo: “Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador” (Lc 18,13).

Boa reflexão, caríssimos. JB