Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

23ª Semana – Terça-feira – T.C.

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Lc 6, 12-19

“… escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos

 

Como sabemos, Lucas para narrar a escolha dos doze apóstolos por parte de Jesus, toma o Evangelho de Marcos como referência principal, porém apenas ele especifica que a escolha foi precedida de uma noite de oração.

Com efeito, no seu Evangelho, de vez em quando, Jesus se retira para se dedicar à oração, especialmente nos momentos cruciais da sua missão. E o Mestre orou a noite toda para escolher os Doze, um grupo de pessoas que não tinha obviamente falta de limitações. 

Mas aqui surge uma dúvida: por que Jesus, que sabia orar, passaria a noite em oração, escolhendo aqueles Doze?  Eles não eram campeões; na verdade, um pouco escassos.

Em suma, uma oração que parece não ter dado frutos relevantes.  Pessoas que não eram cultas, com apenas habilidades manuais à primeira vista, segundo a lógica deste mundo. Pois, como diz o evangelho, “escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos” – do grego, ἀπόστολος -, aqueles que são enviados, mandados, e não perfeitos.

Com efeito, ao escolher aqueles Doze, Jesus pretende revelar que a Igreja é uma comunidade de mulheres e homens frágeis, mas que se mantém unida por Ele mesmo.

Caríssimos, não fomos nós a nos escolher a nós mesmos, mas sim, é Jesus a nos escolher, daí que os nossos defeitos não são uma limitação intransponível para a obra extraordinária de Deus. E, de facto, os apóstolos se tornaram alicerce da Igreja (cf. Ef 2,20).

Rezemos! Rezemos sempre antes de tomarmos quaisquer decisões importantes na nossa vida, pois como dizia S. Agostinho: “quando suplicamos a Deus as necessidades da nossa vida, Ele, na sua misericórdia, nos escuta;  mas, às vezes, sempre pela misericórdia se recusa a fazê-lo, porque o médico sabe melhor do que o doente, o que ele precisa”.

Por isso, caríssimos, aprender a pensar positivamente, a operar em equipe, a acreditar que os outros também são melhores, que ganhamos e perdemos juntos, aos olhos de Deus, é já dar um sentido a vida nesta terra.

Boa meditação, caríssimos. JB