Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

23ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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Lc 1,18-24

“… Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo

Hoje celebramos a festa da Natividade da Virgem Santa Maria, seu aniversário!  Neste caso é a alegria da comunidade cristã que vê na alvorada os indícios de um dia esplêndido, vê – como diz um canto italiano, “dell’aurora colei che sorgi più bella coi suoi raggi per far lieta la terra” (da alvorada aquela que mais bela se levanta com os seus raios para alegrar a terra)!

“… Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo”: uma longa série de gerações, tão monótona para a leitura, síntese de uma história viva, com feitos de santos e pecadores, conduzida por Deus em vista do nascimento de Maria, em vista do nascimento de Jesus.

 Maria é a primeira entre os crentes, a primeira discípula.  Como santo Agostinho escreveu magnificamente ao comentar a Anunciação, “ela teve que conceber seu filho primeiro na fé e depois na carne”.  Ela acolheu o que de Deus é desconhecido aos homens, acreditou que o infinito pudesse ser comprimido no seu ventre finito, e assim aconteceu.  Coisa inconcebível para os homens. Santo André de Creta concluirá, no seu Sermão, “a criatura prepara uma nova e digna morada para o seu Criador” (Sermão 1).

E Dante Alighieri (digamos Camões da Itália) dirá: “… aquela na qual o seu Feitor não se desdenhou de se tornar sua fatura” (cf. ‘Invocazione alla Vergine Maria’, Paradiso XXXIII, 39).  Ela será a mãe do seu Deus …

 E José, sabendo que “antes de terem vivido em comum, Maria encontrara-se grávida…”, o que iria fazer? Não é apenas um conflito, pois, por um lado, a observância da Lei – a obrigação de denunciar a Maria -, por outro, o seu amor por ela.  Todavia, assim que a armadura da Lei é destruída pelo amor, o Espírito Santo irrompe e age.

 De facto, “enquanto pensava nessas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e lhe disse …”. E José, que ferido por dentro, nos faz lembrar que o justo tem os mesmos sonhos de Deus, que lhe fala: “não temas receber Maria, tua esposa…”.  ‘Não temas‘ é a expressão com a qual Deus abre com o homem todos os diálogos.

 Diálogos que vislumbram sempre uma missão, neste caso, o de Maria contem em si uma missão ‘excelente’: “Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus”.  Este nome vem do verbo hebraico ‘salvar‘, “salvará o povo dos seus pecados“. Portanto, o nascimento de Maria é o sinal de que Deus preparou a salvação para nós: para isso Ele preparou o corpo e a alma da mãe de Jesus, que também é nossa mãe.

Santa Maria, nossa Mãe e Mãe de Deus rogai por nós, pecadores, agora, e na hora da nossa morte. Amém

Boa meditação, Caríssimos. JB