Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

24ª Semana – Segunda-feira – T.C.

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São João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja (séc IV)

Lc 7,1-10

Nem em Israel encontrei tão grande fé

 

Lucas relata a história da cura do servo do centurião após as bem-aventuranças e o mandamento do amor.

Não basta conhecer as Escrituras, observar a lei e invocar “Senhor, Senhor” (Lc 6,46), é necessário praticar as obras com amor e simplicidade da mente e do coração.  Daí deriva a fé.

O centurião romano é uma das ‘autoridades’ de então (cf. 1Tim 2, 1-2), e o seu olhar sobre o servo e sobre Jesus é iluminado pelo amor e pela humildade.  Mesmo os judeus que fazem intermediários entre ele e Jesus falam dele como um homem bom: “Ele é digno de que lho concedas, pois estima a nossa gente e foi ele que nos construiu a sinagoga”.  Ele é digno porque ama com ações (cf. 1Jo 3,18)!

Este louvor é acompanhado pela humildade e fé do centurião, que enquanto orava ao Senhor Jesus por meio de seus amigos judeus a favor do seu servo, entoa uma das mais belas profissões de fé na eficácia da sua Palavra: “Senhor,… não sou digno que entres na minha morada … mas diz uma palavra e o meu servo será curado”. Do homem das armas vem a oração que dizemos no momento da comunhão eucarística!

Eis a sua fé operosa. O centurião sabe que, quando se tem o amor no coração, as obras resultantes são repletas de amor. Ele não quer que o Senhor vá até ele, mas tem uma fé ilimitada no poder da sua Palavra que, mesmo sem a sua presença em sua casa, o seu servo fica curado.

E diante dessa fé, Jesus fica estupefato e afirma: “Nem em Israel encontrei tão grande fé!” Deus se comove por gestos de confiança. E tais gestos não vêm necessariamente de crentes; também podem vir de quem vive nas periferias. É a fé: brota e floresce numa terra habitada pelo amor.

Por isso, façamos nossa esta oração de São Macário, o Velho, monge cristão egípcio e eremita, do século IV: “Ó Senhor, que examina o coração e os sentimentos, perdoa-me de todo impulso impróprio do coração. Não sou digno de me aproximar de Vós, mas me perdoe, porque sempre Vos desejei e ainda Vos desejo … Vós, que sois bom e misericordioso, vindes em meu auxílio e salvai-me … ”

Boa meditação e bom início da Semana, caríssimos. JB