Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

Festa da Exaltação da Santa Cruz

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Jo 3, 13-17

… também o Filho do homem será elevado…

Hoje toda a Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz. Diz a tradição que Santa Helena, mãe de Constantino, em uma das suas viagens à Terra Santa, encontrou a cruz de Jesus no lugar do Calvário. Daí o nascimento da festa de hoje, a veneração do sinal e o instrumento da nossa libertação, pois nele, o Pai deu em Sacrifício o seu Filho para expiação dos pecados de todos os homens.

O Pai, “Deus, amou tanto o mundo…”: palavras para serem repetidas indefinidamente, para serem gravadas no coração e para serem guardadas como refrão sempre que surgirem dúvidas no caminho da vida. Ele amou tanto o mundo “… que deu”. Amar não é emoção, pois, envolve sangue e generosidade; uma coisa ilógica e insana, e mesmo assim, Deus deu tudo de si: “o seu Filho Unigénito”.

E Ele não enviou o Filho para reprovar e punir o mundo, mas “para que o mundo seja salvo por Ele …”. Um mundo para salvar, não para condenar. Deus amou tanto “... que deupara salvar”. Quem ama, se oferece, salva, jamais condenará a pessoa amada. Na verdade, “como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna”.

Sempre que tememos duras condenações pelos pecados que carregamos conosco, nos tornamos ‘pagãos’, isto é, não entendemos nada do ‘poder’da cruz. E cada vez, também, que condenamos os outros, julgando-os piores do que nós, nos tornamos ‘pagãos’e manifestamos que não conhecemos a história de Deus.

Que não tenhamos na nossa mente a ideia de um ‘deus’ castigador, pronto a lançar raios sobre o pecador. Não é assim! Na história de Deus, Ele quer que tu, eu, portanto, nós sejamos salvos. Prova? Escutemos novamente João: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Ao nos dar, entretanto, o Seu Filho, o Pai não o fez num mar de rosas, mas naquela vergonha que foi a tortura da Cruz. Assim, do instrumento perverso de tortura, a cruz se tornou “a chave para o Paraíso” (São João Damasceno), e o emblema da medida do amor incomensurável de Deus.

Como dizia o Papa emérito Bento XVI: “para um cristão, exaltar a Cruz quer dizer entrar em comunhão com a totalidade do amor incondicional de Deus pelo homem; é fazer um acto de fé. Exaltar a Cruz, na perspectiva da Ressurreição, é desejar viver e manifestar a totalidade deste amor” (Discurso durante a visita à Basílica de São Paulo em Harissa, aquando da Viagem Apostólica ao Líbano, 14.09.12).

É esse amor que exaltamos hoje, não a dor que ele traz consigo. Porque amar, nós homens, também sabemos bem que, muitas vezes, requer sacrifício e incompreensão. E esta é a forma concreta de Jesus dizer a todos: “Eu te amo tanto que morro por ti”; “Eu te quero salvo; “Eu te liberto do medo”…

Boa meditação, caríssimos. JB