Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

25ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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Lc 9,1-6

… enviou-os proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos”.

 

Jesus já havia chamado os discípulos um por um para segui-Lo (Lc 6,13).  No Evangelho de hoje, os faz tornar apóstolos, isto é, compartilhando com eles a sua missão, “enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos”.

Enviando-os, porém, os admoesta a aprender a confiar n’Ele e na sua Palavra – Ele deve ser tudo para eles!  Ele quer que os seus partam sem o supérfluo, se possível, até mesmo sem o necessário, pois que o decisivo não são os meios, mas sim a fé n’Ele depositada.

Como se Jesus dissesse aos seus discípulos: “vivereis de providência, de confiança … em Mim, que nada vos faltará, pois aqueles, para os quais vos enviarei, vos abrirão o coração e a casa. Tenho o comando da Igreja”. 

Ele quer que os seus sejam “nômadas por dentro”: gente que não apegada ao dinheiro nem à materialidade deste mundo, mas na “nulidade” do fermento que é a sua Palavra, espalhado por todos os cantos da terra.  E só assim eles poderão anunciar, testemunhar e curar em Seu nome.

 Na verdade, como diz São Tiago, “não escolheu Deus os pobres aos olhos do mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2,5). Pois, já dissera o Livro de Provérbios, “afasta de mim vaidade e mentira e não me dês indigência nem riqueza, mas concede-me apenas minha porção de alimento”.

E Deus, de facto, aproveitou os pescadores do lago, ricos de nada para que ninguém pudesse dizer que tinham menos do que eles, ou que eram pequenos ou pobres demais para serem testemunhas do Evangelho.

Os apóstolos de Jesus, não foram somente maestro, foram também testemunhas crentes e credíveis do Evangelho, e por isso, se abriu o caminho a uma escuta mais confiante do anúncio da salvação. E a nós, que saibamos disto: o homem contemporâneo escuta mais de bom grado as testemunhas do que os mestres, ou se ele escuta o mestre, o faz porque são também testemunhas” (Paulo VI, Discurso durante a Audiência concedida aos Membros do Pontifício Conselho para os Leigos, 02.10.74). 

Papa Francisco, dois dias após a sua eleição, tinha dito: “Ah, como eu gostaria de uma Igreja pobres e para os pobres (Discurso durante o encontro com os Representantes dos Meios de Comunicação Social, 15.03.13)! Pois, a força da Igreja, hoje como então, não reside na abundância de recursos ou qualidades do pessoal, mas em Deus presente e atuante nela: eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). E Ele está sim de muitas maneiras: na Eucaristia, na Palavra, nos seus ministros, nos pobres, etc. (cf. Mt 18,20).

Que o Senhor nos ajude a confiar sempre n’Ele e na sua Palavra, para depois sermos com as nossas vidas testemunhas crentes e credíveis diante dos homens deste mundo.

Boa meditação, caríssimos. JB