Nossa Senhora do Rosário
Esta comemoração foi instituída pelo Papa S. Pio V no aniversário da vitória obtida pelos cristãos na batalha naval de Lepanto e atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus, invocada com a oração do Rosário (1571). A celebração deste dia é um convite a todos os fiéis para que meditem os mistérios de Cristo, em companhia da Virgem Maria, que foi associada de modo muito especial à encarnação, à paixão e à ressurreição do Filho de Deus.
Lc 11,5-13
“… Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á”.
Pedir, procurar e bater: três verbos que expressam a insistência da oração; retratam a história que Jesus conta do homem que, movido por uma forte urgência, se dirige na calada da noite ao vizinho. Este último, quase paralisado por um sono profundo, abre a sua casa ao amigo importuno, cuja insistência marca a vitória.
Entre os dois amigos, porém, há uma porta fechada diante da qual Jesus diz: “pedi…, procurai…, batei…”. Às vezes Deus parece mudo e distante: na realidade, Ele apenas opera um “teste de confiança”.
Além disso, dessa porta fechada existe a chave: a oração. Pois, nela, encontramos Deus que se revela a nós como ‘Pai’, por quem nos sentimos amados. De fato, Santa Teresa d’Avila dizia: “A oração, na minha opinião, não é outra coisa senão uma relação íntima de amizade, em que frequentemente estamos a sós face a face com esse Deus do qual sabemos que somos amados”.
Por isso, Jesus exorta a pedir: “Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á”. E se Ele não concede algo que pedimos, é apenas porque a sua visão é infinitamente superior à nossa. E nessa sua visão, o que é o nosso verdadeiro bem muitas vezes não coincide com aquilo que nos parece.
Todavia, quantas vezes vivenciamos a oração de forma flutuante, isto é, recorremos a Deus em caso de necessidade!? Assim que o alarme cessa, para nós, Deus se torna um estranho. Caríssimos, a oração, porém, não é um dever, mas um respiro: ajuda a viver. Portanto, orar é natural.
E quanto a insistência de orar, o Papa Francisco disse: “insistir com Deus não serve para O convencer mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, isto é, a nossa capacidade de lutar juntamente com Deus pelo que é deveras importante e necessário” (Angelus, 24.07.16).
O maior e mais necessário dom a ser obtido não será as coisas efémeras e passageiras deste mundo, mas “o Espírito Santo que o Pai do Céu dará àqueles que Lho pedem”, nos permitindo assim de fazer experiência de filhos.
E quanto mais nós nos sentimos filhos, menos teremos que pedir, porque disso cuidará o Pai, que não deixar de mãos vazias aqueles que se dirigem a Ele, mesmo que o façam de forma atrevida e prematura.
Que o Senhor, por intercessão da Nossa Senhora do Rosário, nos ensine a rezar (cf. Lc 11,1).
Boa meditação, caríssimos. JB