Lc 11, 42-46
“Ai de vós, fariseus! Ai de vós, doutores da lei!”
A espécie dos fariseus é uma espécie que nunca entra em extinção. Ele reaparece em todas as latitudes e se instala no coração de muitos de nós.
Também se enraizou entre os cristãos. Eles “filtram mosquitos e engolem camelos” (Mt 23,25). Na verdade, alguns fazem tornar complicadas questões simples, e com isso, acabando por desvirtuar aquelas verdadeiras e reais.
Obviamente, é importante o dízimo, ou seja, atenção ao Templo e aos pobres de acordo com as possibilidades. A lei diz isso. No entanto, se exagera quando dizimamos as especiarias – “dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças” – que nada são, senão uma contribuição excessiva e não exigida pela Lei mosaica.
Na verdade, essa atenção aos detalhes acabou ofendendo a Deus – “desprezais a justiça e o amor de Deus” -, negligenciando as coisas fundamentais: o amor a Ele e a caridade ao próximo.
Algo semelhante acontece nas nossas comunidades cristãs hoje: lutamos por pequenas coisas e vivemos como estranhos uns para com outros, como se o Evangelho não tivesse nada a ver com a nossa vida em todas as suas dimensões.
O desdém é tanto que Jesus não poupa nem mesmo os Doutores da Lei, que tinham a tarefa de partilhar o pão da Palavra para o povo e que, pelo contrário, complicam a vida com pedidos obscuros.
Exigir dos outros o que não podemos fazer na nossa mediocridade, deve nos tornar humildes, mansos e misericordiosos.
Boa meditação, caríssimos. JB