Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

29ª Semana – Terça-feira – T.C.

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Lc 12, 35-38

… ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas acesas

 

Hoje, com a parábola que acabamos de escutar, Jesus nos faz concentrar na atitude de vigilância: “ficai de prontidão”.

De prontidão para o encontro, não com um Deus ameaçador, ladrão de vidas, que é a projeção dos nossos medos e moralismos, mas sim com o impensável de Deus. E d’Ele, existe a promessa de felicidade inesperada em que os papéis se invertem: Ele que se faz servo dos seus servos, que “os fará sentar à mesa e passará a servi-los”.

Ele se inclina diante do homem, sua criatura.  É a revolução da ideia de um Deus “patrão”, e o ponto sublime da parábola: o Senhor que se torna servo, qual evocação de Jesus na Última Ceia, que apesar de ser Senhor e Mestre, se fez servo de todos (cf. Jo 13,4-17).

Não se exige de forma peremptória que os servos fiquem esperando, acordados até o amanhecer; é “algo mais” não ditado por dever ou medo.  Pois, se espera assim se e só se se ama e se deseja … E o servo não vê tempo para abraçar. De facto, “onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Lc 12,34; Mt 6,21).

Caríssimos, Deus vem todos os dias e todas as noites, mesmo quando menos esperamos, e vem em busca de um coração atento, e como um amante, Ele quer ser desejado.

Ademais, um Deus que se impõe também será obedecido, mas não amado.  Já, o nosso Deus, que se propõe, não será apenas obedecido, aliás, como criaturas amadas e amantes, nós O esperaríamos acordados, porque não queremos perder o encontro mais bonito da nossa vida. Por isso, na fé, “… ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas acesas”.

São Leão Magno, nos seus Discursos, dizia: “acreditar sem vacilar no que escapa à visão material e fixar o desejo onde não se pode alcançar com o olhar, é a força dos grandes corações e a luz das almas constantes”.

Sendo assim, peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé, de modo que possamos nutrir a alegria e a  esperança n’Ele e transfigurar até as nossas pequenas dores em bem.

 Boa meditação, caríssimos. JB