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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

29ª Semana – Quinta-feira – T.C.

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Lc 12,49-53

Eu vim trazer o fogo à terra … a divisão …

 

Jesus, que pede para amarmos até os nossos inimigos, orarmos por aqueles que nos perseguem (cf. Mt 5,44), termos como prioridade os últimos, e reza pela unidade dos seus, neste trecho evangélico hodierno, muda de passo e parte na quinta: “Eu vim trazer o fogo à terra … a divisão …”.

O seu Evangelho é a energia que incendeia o mundo. E com isso, Ele nos prepara e exorta a não termos medo das nossas próprias ideias cristãs, a enfrentar até o escárnio e os ataques daqueles que são contra este Evangelho e não respeitam a dignidade humana.

Pois, a vida cristã não é um repouso tranquilo à sombra “da bananeira” e das nossas certezas humanas, mas frequentemente se apresenta como uma escolha contracorrente, uma oposição ao relaxamento.

Gostaria que pelo menos às vezes os cristãos acariciassem o mundo contracorrente, sem ser cúmplices dos poderosos do momento ou o pensamento dominante”, escreveu Leonardo Sciascia (escritor, ensaísta e político italiano do séc. XX).

Assim sendo, o fogo que Jesus veio trazer é um fogo que aquece que ilumina, mas ao mesmo tempo é um fogo que queima as nossas impurezas do egoísmo e do pecado, fazendo-nos tornar verdadeiramente servos de Deus (cf. Rm 6,22).

E a este respeito, o Papa Francisco dizia: “nos fará bem, hoje, pararmos cinco minutos e nos perguntarmos a nós mesmos: ‘mas como está o meu coração? Está frio? Está morno? É capaz de receber este fogo?’.  Dedicando cinco minutos para isso, certo que vai fazer bem a todos nós” (Angelus de 14.08.16).

Portanto, Jesus nos lembra que somos discípulos de um Evangelho que arde e inflama, que santifica, e não deve ser guardado dentro de uma caixa de joias.  Na verdade, somos chamados a amplificá-lo, a fazer ecoar e a ressoar a Boa Nova trazida por Jesus.

É um fogo de amor que ilumina as consciências, nos purifica, aquece as almas e ilumina o caminho deste mundo frio e escuro.  É a missão confiada à Igreja.

Que o Senhor nos assegure de que não tenhamos medo de declarar a nossa pertença a Ele, e proteja aqueles que ainda perdem a vida por Ele hoje, nas muitas perseguições que ainda acontecem no mundo.

Boa reflexão, caríssimos. JB