Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

29ª Semana – Sábado – T.C.

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Lc 13, 1-9

se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante

 

A grande questão. Qual foi a culpa daqueles galileus mortos por Pilatos dentro do Templo, ou das dezoito vítimas infelizes que morreram sob a torre de Siloé?

Quem sofre perguntaria a si mesmo: “o que fiz de errado para merecer o castigo?” E Jesus responderia: “tu não fizeste nada, e Deus não castiga”. Deus é amor e não conhece outro castigo senão se castigar “na cruz” por nós. Ademais, Ele é “clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade” (Sal 145,8).

Paremos de pensar que no fim da nossa vida nos espera um tribunal. Deus não desperdiçaria a sua eternidade nem em condenações nem em vingança. Ao inferno, vão aqueles que, ab-usando da própria liberdade (mau uso dela), o escolhem com o seu contínuo egoísmo.

E se o homem não se tornar um construtor de paz e justiça, a terra entrará em ruína porque ela não suporta ter como fundamento a violência e a injustiça.

O amor é o caminho principal proposto por Jesus: “amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34), senão acabaremos por nos destruirmos a nós mesmos. O Evangelho é apenas isso.

Diante dos males e fatalidades, portanto, não descarreguemos sobre Deus a culpa que Ele não tem, mas procuremos vivê-los como oportunidade de reflexão, purificação e conversão. Eles, como se fossem adubo, deveriam nos ajudar a ir ao essencial … medir a nossa vida, perguntando-nos em quem ou em quê estamos investindo as nossas energias, que mundo estamos construindo.

Eckhart Tolle (escritor e conferencista alemão) disse: “o sofrimento é infligido não por Deus, mas sim pelos seres humanos a si próprios e aos seus semelhantes, bem como por certas medidas defensivas que a Terra, que é um organismo vivo e inteligente, tomará para se proteger do ataque da loucura humana. Pelo caminho do sofrimento se pode alcançar a iluminação”.

Portanto, não busquemos em Deus as razões da nossa dor, pois, a sua glória é o homem vivente (cf. Santo Irineu). E não em vão que Ele tenha assumido o sofrimento do mundo, o salvou e redimiu. Deus não está zangado connosco, nunca, e não é o titereiro ou manipulador da história, que tem uma sua própria lógica e uma sua autonomia. Procuremos viver cada dia como se fosse o único.

Boa meditação e bom fim de semana, caríssimos. JB