Lc 13, 18-21
“O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda… ao fermento…”
Hoje, Jesus fala de mostarda e fermento, produtos de pouca visibilidade. Com essas duas parábolas, Ele manifesta a sua preferência pelas coisas imperceptíveis como materiais para a construção de seu Reino.
É também uma chamada de atenção para a simplicidade e humildade, como um estilo tipicamente divino. Deus quer que sejamos livres de qualquer ilusão de omnipotência. Ele ama e prefere o perfil baixo.
A presunção e a ambição não perfilam uma correta nossa identidade; aliás, elas propõem novamente o pecado original com o qual o homem tentou se rivalizar com Deus.
Daí que, a semente da Palavra de Deus em nós deve ser cuidada, regada, fertilizada e livre das ervas daninhas do Maligno. A presença de Deus não é mágica nem dada como certa, pois, sendo uma realidade misteriosa, ela merece uma resposta cuidadosa e exigente.
Portanto, Deus nos envolve na construção do seu Reino: convida-nos a arregaçar as mangas e sujar as mãos, portanto, a trabalhar. Assim como a terra participa do crescimento da semente, como a massa se forma graças à ação do fermento, devemos oferecer a cooperação da nossa fé, da nossa esperança e da nossa caridade à presença secreta do reino em nós.
Ademais, como disse São Paulo, “é em esperança que estamos salvos, pois ver o que se espera não é esperança: quem espera o que já vê? Mas esperar o que não vemos é esperá-lo com perseverança” (Rm 8,24).
Caríssimos, este mundo está gravido do outro mundo, isto é, carrega um outro mundo no seu ventre, que cresce lentamente: é o Reino de Deus. E deste mesmo Reino, Ele dá a semente.
Cresçamos nesta combinação vencedora de paciência e confiança, pois não é fácil ser o que desejamos. E o Senhor nos conhece, vê a nossa fé, o nosso desejo de nos tornarmos santos, a nossa incapacidade de ter sucesso (pois, somos pecadores, frágeis e cheios de limitações, etc.) a não ser entregando-nos ao fogo inebriante de seu amor.
A propósito, dizia o Papa João XXIII: “consulta não os teus medos, mas as tuas esperanças e os teus sonhos; pensa não nas tuas frustrações, mas nas tuas potencialidades ainda não exploradas; preocupa-te não com o que tu tentaste e falhaste mas com o que ainda é possível fazeres”.
Assim sendo, peçamos ao Senhor que, ao comungar o Seu Corpo e o Seu Sangue que nutrem a nossa vida espiritual, possa incutir em nós a paciência e confiança, permitindo que cresça a árvore da nossa graça batismal, para a sua glória e alegria dos nossos irmãos.
Boa meditação, caríssimos. JB