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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

São Simão e São Judas, Apóstolos

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Lc 6,12-19

… escolheu doze, a quem chamou apóstolos…

 

Simão e Judas, dois apóstolos dos quais muito pouco se sabe, mas que, como o resto do grupo, seguiram Jesus de perto.

O primeiro é também chamado de “Zelota” devido ao seu passado como dissidente anti-romano;  enquanto o segundo, Judas (que na Última Ceia perguntou ao Senhor por que razão Se manifestava aos seus discípulos e não ao mundo, cf. Jo 14, 22) é chamado de “Tadeu” – o generoso – para não confundi-lo com Judas Iscariotes.

Nos Evangelhos, eles são mencionados por último, mas no entanto este fato não  diminui a chamada deles em relação aos demais apóstolos.

Jesus “escolheu doze, a quem chamou apóstolos”. Não constituem uma lista seca de nomes, pois para Deus, não somos números. Ele chama cada um pelo seu nome. Cada um é único e irrepetível. Doze apóstolos: a fantasia de Deus significa que a vocação de Pedro não é como a de André, nem a de Tiago é a de João, tanto como a de Simão e Judas Tadeu.

E disto, Bento XVI dizia: Jesus chama os seus discípulos e colaboradores das camadas sociais e religiosas mais diversas, sem exclusão alguma. Ele interessa-se pelas pessoas, não pelas categorias sociais ou pelas actividades!” (Audiência Geral, 11.10.06). Sim – eu acrescentaria -, o Filho de Deus não selecionou os Doze, todos iguais e perfeitos, os mais dotados intelectualmente, os mais fortes e os mais santos,… mas sim homens diferentes uns dos outros, pecadores, frágeis e imperfeitos.

Ele, certamente, fez esta escolha desconcertante para nos fazer entender que o Seu Evangelho não se baseia no valor e no poder do homem, mas apenas no poder de Deus, e para nos ensinar que a graça de Deus é capaz de operar além de todos os nossos limites: “para Deus nada é impossível” (Lc 1,37).

Na verdade, desde a eternidade cada um de nós está no coração de Deus com as suas próprias características: de impulsividade e generosidade, de coragem e covardia, de fortaleza e fragilidade. E se Jesus chamou os Doze, que eram tão imperfeitos, Ele pode chamar e escolher a mim, a ti, a nós também, o importante é segui-Lo com fé e com total abandono à sua graça.

Pois, Aquele que nos tirou do nada e nos deu um nome, tem um projeto para cada um de nós e, para nos tornar fecundos para o seu Reino, nos fecundou com o seu amor. Aceitemos os nossos próprios limites e capacidades: somos vasos de barro nas mãos do Oleiro (cf. 2Cor 4,7), e a sua voz, a voz inconfundível, continua a chamar …

Que o Senhor faça com que cada um de nós descubra dia após dia a sua vocação, escute o seu chamamento; que nos dê esperança e força para segui-Lo com coragem e perseverança.

Boa meditação, caríssimos. JB