Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

32ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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S. Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja (séc. V)

Lc 17,11-19

Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?

 

Partem nove e um, sim, apenas um refaz os seus passos para agradecer a Jesus, só aquele estrangeiro sente urgente no seu coração este gesto tão humano e humanizador.  Ele experimenta a urgência do agradecimento e regressa ao seu Mestre glorificando a Deus.

Ele não está satisfeito apenas com o dom, ele busca o Doador.  Ele entendeu que o segredo não está na cura, mas no Curador, e assim, experimenta as palavras totalmente regeneradoras: “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou”.

Palavras que completam o milagre.  E este se realiza verdadeiramente em toda a sua plenitude, onde a saúde do samaritano é dada integralmente, tanto no corpo como no espírito. Tudo devido a esta relação pessoal com Jesus, que é ação de graças, o reconhecimento a Deus.

Uma coisa é ser curado, outra é ser salvo. Na cura, as feridas são saradas, mas na salvação, Deus entra em nós como Luz e Plenitude.

Então, a cura daqueles nove permaneceu apenas no exterior, é estéril, quase como se não tivesse acontecido, porque os seus corações não foram curados, eles não se abriram à gratidão por Jesus e pela ação da sua graça.

Caríssimos, Deus quer que sintamos o seu amor, quer que O reconheçamos, porque não se limita a nos dar apenas benefícios materiais, mas quer nos dar tudo de si. E agradecendo, isto é, reconhecendo seus dons, entramos em relação com Ele, completamos aquela relação que Ele começou connosco, e que não pode ser perfeita sem a colaboração da nossa “gratidão” por seu dom. Na verdade, Santo Agostinho dizia: “Deus que te criou sem ti não te salvará sem ti”.

Por isso, o agradecimento é fundamental, porque é reconhecer que Deus nos ama, e isso nos impede de gozar egoisticamente dos seus benefícios, emergindo-nos do nosso egoísmo.  Talvez – como diria Meister Eckhart (um dos mais importantes teólogos, filósofos e místicos alemães da Idade Média cristã), “se a única oração que tu fizeres na vida for ‘obrigado’ será o suficiente”.

Isto, de facto, São Paulo nos confirma: “dai graças, em toda e qualquer situação, porque esta é a vontade de Deus, no Cristo Jesus, a vosso respeito” (1Tes 5, 18).  Que o Senhor ilumine os nossos corações com sua Palavra, fazendo a nossa fé ser autêntica, e nos ajude a viver a gratidão para com Ele por tudo o que nos deu.

Boa meditação, caríssimos. JB