Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

33ª Semana – Quinta-feira – T.C.

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Lc 19, 41-44

… quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela…

 

As lágrimas dolentes de Jesus, figura da sua morte, exprimem a força de um amor sem limite. O seu pranto revela o maior mistério de Deus: a sua paixão por nós, a sua paixão por Jerusalém!

Aquele povo amado, aquela cidade santa que, pela dureza do seu coração, pela presunção do seu espírito e pela soberbia da sua vida, não o reconheceu: “por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada”.

E Deus, diante da nossa liberdade, das nossas escolhas, dos nossos pecados, se detém, e a única coisa que pode fazer é chorar – “ao ver a cidade, chorou sobre ela”. O choro exprime a impotência face à rejeição, mas também revela a grandeza do seu amor fiel mesmo diante da nossa infidelidade! De facto, como diz São Paulo, “se Lhe somos infiéis, Ele, no entanto, permanece fiel, pois não pode negar-se a Si mesmo”.

Este lamento manifesta também o amor cego pelo poder por parte do homem que não se preocupa com o poder de amor e, portanto, faltará a paz, ela não será conhecida pelo mundo (cf. Mahatma Gandhi). E Jesus já tinha chorado: “se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz!”.

Portanto, é o choro do enamorado rejeitado, do mensageiro da Boa Nova não escutado, do profeta zombado e lapidado, do pai que vê o seu filho se afogando na droga, da esposa que se sente traída, do pastor que vê a sua igreja vazia, em suma, é o choro conatural da humanidade.

E Jerusalém está muito ocupada com seu novo templo de pedras para se preocupar com o templo do espírito. Todavia, daquele templo, “não deixarão pedra sobre pedra”. E Jesus não esperava tal reação. Ele estava pronto para tempos mais longos, mas não para a rejeição hostil, para a indiferença da multidão, para a autossuficiência daqueles que se acreditavam mais do que justos para com Deus.

Assim vive o homem na sua religiosidade, muitas vezes, satisfeito em cuidar e nutrir uma fé exterior e superficial. Porém, existe um templo que deve ser reconstruído, a ser refeito, a ser cosido: o templo do coração, para reconhecer e amar Aquele que nos pode dar a paz.

Boa meditação, caríssimos. JB