Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

34ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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SS. André Dung-Lac e Companheiros (mártires vietnamitas, séc. XVII-XIX)

Lc 21, 12-19

… todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá

 

O Evangelho de hoje nos evidencia um caminho estreito: Jesus nos avisa, dizendo que “causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome”; mas nos assegura que “nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá”.

E curioso é o facto de que Ele aqui não responde sobre o momento da “perseguição”, pois isso nos faz enxergar que o “quando” já está em ato. Desde o início do cristianismo houve lágrimas, feridas, mas também novos rebentos na fé.

É sempre um momento de prova e perseguição. Quantos testemunhos heroicos nos vêm da Índia e China, dos países árabes e do Paquistão, Sudão, Níger e Chade; pessoas marginalizadas e discriminadas no trabalho e mais, apenas porque professam a fé cristã, em particular, na Igreja católica.

O testemunho trágico deles realmente nos abala: quanto amor a Cristo deve encher o nosso coração para preferir a morte à perda da fé? Façamos um exame de consciência sobre o nosso cristianismo, o nosso dia-a-dia como cristãos e daí procurarmos encontrar uma resposta.

Somos cristãos porque fomos batizados, mas conhecemos verdadeiramente a nossa fé, saberíamos responder pela nossa fé, estaríamos sempre prontos a dar a razão da nossa esperança a todo aquele que a pedir (cf. 1Pd 3,15)?

O discípulo não precisa temer quem pode matar o corpo (cf. Mt 10,28). Este medo conduz ao egoísmo, e isto, como sabemos, conduziu à traição de Judas, à negação de Pedro e à fuga de todos os outros, portanto, conduz à perda de nós mesmo na tentativa de nos salvar (cf. Mc 8,35).

Em vez disso, como escreveu Tertuliano: “o sangue dos mártires é a semente de novos cristãos”. Que o digam os SS. André Dung-Lac e Companheiros! A primavera ou o florescer da fé tem a sua origem no sangue derramado por amor.

O Mestre, depois de anunciar a perseguição de forma apocalíptica, propõe algumas atitudes adequadas para enfrentá-la: “tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa”.

A promessa d’Ele está no poder do Espírito com o seu dom de sabedoria que ninguém será capaz de nos resistir: “Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer”. Basta ser fiel até a morte, porque, como diz Ele, “pela vossa perseverança salvareis as vossas almas”, nos será dada a coroa da vida (cf. Ap 2, 10).

Então, caríssimos, dêmos testemunho de Cristo, deixemos a sua Palavra agir dentro de nós. Que nos sintamos amados e amorosos, pois descobriremos a imensa alegria de sermos verdadeiros discípulos, seguidores do Nazareno. Deixemos o Evangelho atuar na nossa vida e abramos os nossos corações à ação do Espírito Santo.

Boa reflexão, caríssimos. JB