Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

1ª Semana – Quinta-feira – Advento

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Mt 7, 21.24-27

 Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus …

 

Jesus no Evangelho de hoje nos dá uma lição de vida muito concreta. Na verdade, Ele nos diz que não se contenta com a nossa tagarelice e as nossas pias intenções. Ele é contra a ilusão segundo a qual é suficiente suspirar o seu nome ou murmurar algumas orações para entrar no Reino dos céus.

É necessário que a nossa oração repercuta nas nossas vidas cotidianas, ou seja, que haja a correspondência entre o que dizemos e o que fazemos. Pois, caríssimo ou caríssima,  as tuas emocionantes liturgias e os teus belos discursos contarão se e só se se concretizarem naquilo que fazes, no amor para com o próximo, a começar daquele irmão ou irmã que vive contigo sob o mesmo tecto.

Podes até te vestires de terços e crucifixos, mas se tudo isto não encontrar correspondência no teu agir, serás sempre diante de Deus um hipócrita, um falso, uma farsa … E certo, encontrando-se em crise o teu dizer (‘Senhor, Senhor), é tempo que tu te convertas, pois “todo aquele que ouve as minhas palavras e as faz (traduzindo literalmente o texto original) é como o homem prudente, que construiu a sua casa sobre a rocha”.

A rocha não é a minha vontade, o teu trabalho, o nosso esforço: a rocha é apenas Cristo. O Salmo 18,3 diz: “O Senhor é o meu rochedo, a minha fortaleza … na qual me refugio”. Então, é uma questão de colocar em prática a sua palavra, fazer a vontade de seu Pai.

Com efeito, quando a sua palavra é acolhida interiormente, se torna o fundamento da nossa vida cristã, porque só nela está a nossa solidez, estabilidade e firmeza. Não queiramos ser homens insensatos que edificam a sua casa sobre areia …

Mesmo que nas nossas vidas haja momentos de desespero, decepção, dor, não devemos temer: diante das provações inevitáveis ​​da vida, nos apeguemos à rocha viva que é Cristo, fiel testemunha do Pai. Pode desmoronar o supérfluo, o que aparece, mas permanecerá o essencial, aquilo que é: amor e confiança em Deus, que tem o nome “Eu sou” (Ex 3,14). Portanto, “confiai sempre no Senhor, porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna” (Is 26,4).

A respeito disso, São Giuseppe Moscati (médico, cientista e professor universitário italiano, 1880-1927) dizia: “Quaisquer que sejam os acontecimentos, recorde duas coisas: Deus não abandona ninguém. Quanto mais te sentires sozinho, abandonado, vilipendiado, incompreendido, e quanto mais te sentires quase a sucumbir sob o peso de uma grave injustiça, terás a sensação de uma força arcana infinita, que te sustenta, que te torna capaz de propósitos bons e  viris, cujo poder ficarás maravilhado quando voltares a estar sereno.  E essa força é Deus!

Neste período do Advento, somos chamados, caríssimos, a nos examinar sobre a nossa vida: em que se fundamenta?  A cada um a resposta do fundo do seu coração. Mas, vos lembreis: “confiai sempre no Senhor, porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna” (Is 26,4).

Boa meditação, caríssimos. JB