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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

1ª Semana – Sábado – Advento

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Mt 9,35-10,1.6-8

 Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão…

 

Mais uma vez, a ‘compaixão’, o termo muito raro que já tínhamos meditado no mesmo evangelho de Mateus (quarta-feira passada, Mt 15,32), que exprime a profunda emoção, envolvendo a pessoa inteira no sofrimento de outrem.  E isto vem de Deus que, cheio de compaixão, se inclina sobre as misérias humanas para ajudar os homens e projetar um futuro melhor e uma restauração alegre.

Daí que, diante das multidões “fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor”, isto é, desanimadas e dececionadas no deserto desta vida (como este momento aparentemente sombrio que vivemos), o coração do Jesus não fica indiferente, aliás, sendo grande, Ele sofre com elas e por elas e, por isso, intervém, cuida delas, dando aos discípulos o “poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. 

Portanto, exorta os seus discípulos a estarem presentes fraternalmente, com compreensão e proximidade, devolvendo a dignidade às pessoas, ajudando-as com todos os meios disponíveis, pois, como Ele bem disse, “recebestes de graça, dai de graça”.

E hoje, caríssimos, Jesus também nos convida a compartilhar a sua ansiedade de compaixão e a continuar a sua missão de salvar os homens, a nos sentirmos responsáveis, antes de tudo, “pedindo ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”, porque só compartilhando generosamente o que somos  e o que temos, anunciamos com a vida a sua mensagem evangélica.

E ai de nós se buscarmos dividendo nas coisas de Deus, seria mesquinho, porque a missão de fazer aproximar os homens do Reino de Deus já é uma recompensa em si mesma. E depois, no seguimento de Jesus, a gratuidade supera a lógica do mercado, do consumismo, do individualismo e se abre à partilha, à sociabilidade, à fraternidade e à cultura de dar.

Pois, como bem sabemos, recordando as palavras do Senhor, “há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35). E sobre a felicidade, Raoul Follereau, grande testemunha moderna de caridade (1903-1977), costumava dizer: “a vossa felicidade está no bem que fareis, na alegria que difundireis, no sorriso que fareis florescer, nas lágrimas que fareis enxugar”.

Que o Senhor, neste tempo de Advento, nos ajude a ser testemunhas crentes e credíveis da sua bondade e compaixão, levando alegria e verdade aos oprimidos e deprimidos pela dor e pelo erro

Boa meditação e bom fim de Semana, caríssimos. JB