Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

2ª Semana – Quinta-feira – Advento

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Mt 11, 11-15

… não apareceu ninguém maior do que João Baptista

Jesus, para o seu precursor João Batista, não poderia tecer um elogio maior que este: todos os profetas são grandes, mas nenhum deles exultou desde o ventre materno diante da presença do Salvador, nenhum teve a missão de preparar cuidadosamente o caminho para o Messias, com a pregação da penitência e com uma vida de austeridade, que culminou com o testemunho da morte. Portanto, “entre todos nascidos de mulher não apareceu ninguém maior do que João Batista”.

No entanto, todo esse elogio é como a plataforma para uma afirmação que pode parecer loucura, mas não é: “o mais pequeno no reino dos Céus é maior do que João Batista”.  Sim, o mais pequeno do Reino é maior que o máximo asceta do Antigo Testamento. Como se quiséssemos dizer, “a formiga é maior que o elefante”.

A questão agora é: que tipo de grandeza é aquela que Jesus vê nos pequeninos? Creio que seja precisamente aquela de simplicidade do coração e da vida, de mansidão, de humildade e de onde emana o amor fraterno, da qual a fonte é o amor de Deus.

Quem é simples (ou se predispõe com a graça de Deus para se torná-lo) não perde energia para parecer grande, para fazer bela figura – “Eu sou apenas um lápis nas mãos de Deus. É Ele quem me escreve” (Teresa de Calcutá); diz-se que quando a fama de santidade de S. Francisco começou a se propagar naquele tempo no seio do povo de Assis, o Santo pagava alguém para insultá-lo na rua … -, ou seja, a pessoa simples não tem como objetivo fazer bela figura, “engraxar”, como se diz em algumas partes de Angola, procurar ser bem visto. A pessoa simples quer viver apenas segundo a vontade de Deus, ser o que Ele quer que ela seja: um coração verdadeiro, manso e humilde, uma mente e uma vontade comprometidas com o bem.

Portanto, a verdadeira grandeza – como o Senhor nos ensina – não corresponde aos dados de um metro de medida, pelo contrário, coincide com uma vida que responde quotidianamente ao seu premente convite: ama, porque só o amor empenhado em fazer o bem supera o que prejudica o homem de todos os tempos: a indiferença, a corrupção, a inveja (wêchà, como se diz em São Tomé e Príncipe), o ódio, o mal em geral, etc.

Boa meditação, caríssimos. JB