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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

3ª Semana – Terça-feira – Advento

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São João da Cruz, Presbítero e Doutor da Igreja (séc. XVI)

Mt 21, 28-32

João Baptista veio e os pecadores acreditaram nele

 

Um homem tinha dois filhos …”. Eles são diferentes um do outro, mas todos seus filhos. E sobre eles o pai tinha sonhos e muitas legítimas expectativas.

Chegou o dia da prova, em que o pai pediu apoio para vinha de casa. O primeiro filho, porém, é vivo e impulsivo … e instintivamente se distanciou da ordem do pai – “Não quero”. Enquanto, o outro filho, semelhante aos nossos políticos, faz promessas – “Eu vou, Senhor”, e depois sabemos que ele não daria o devido cumprimento. Vê-se que este não cresceu; permaneceu imaturo e não aprendeu o valor da humildade, da coerência entre dizer e fazer.

O primeiro filho, que respondera de maneira quebrantada e indelicada, se arrepende, se humilha e muda de atitude, assumindo as próprias responsabilidades. Ele não encara mais o pai como pai-patrão, antagonista, que só procura trabalhadores, mas como um pai que deseja viver em comunhão com os filhos.

A conclusão é clara: Deus não ama quem usa o hábito de devoto, carregando terços e crucifixos no peito no seio da igreja, e O abandona assim que sai pela porta fora. Deus não quer máscaras, porque a hipocrisia é uma doença que Ele não suporta.

Dos dois, Deus prefere o filho apático que o disputa ao perfeitinho que diz “‘eu vou, Senhor’, mas de facto não foi” e, portanto, desaparece. Caríssimos, a este filho, importa dizer que não se está com Deus por dever, mas por amor, porque, como disse São João da Cruz, “é sobre o amor que no fim da vida Deus nos julgará”.

Por isso, Ele prefere almas frágeis e humildes prontas a pedir perdão, predispostas a recomeçar, a retomar a caminhada e dispostas a se converter. Com efeito, encontrando-se a porta do arrependimento, a caminhada leva o humilde a ousar responder com alegria: “Sim!”. Como Zaqueu o grande publicano (cf. Lc 19,1-10), Maria a pecadora (cf. Lc 7,36-50), e aquele maravilhoso anônimo que ainda hoje admiramos como o Bom Ladrão (cf. Lc 23,39-43), etc., todos estes nos precederam no Reino.

Que o Senhor, pela intercessão de São João da Cruz, nos perdoe, pois, muitas vezes temos dito “eu vou, Senhor” com os nossos lábios e não com a nossa vida; e faça com que não nos sintamos melhor do que os outros apenas por nossa prática religiosa, mas que saibamos, humildemente, estar no último lugar e invocar com a vida o seu Nome.

Boa meditação, caríssimos. JB