“Chegou a altura de Isabel ser mãe…”
Lc 1, 57-66
Nasce o filho de Isabel – João Baptista – … mudo fica quem não confia, como seu marido Zacarias, um sacerdote do Templo que, como tantos de nós, não consegue ir além da lógica humana.
Isabel não seguirá o marido nas pegadas da tradição que exigiam que o filho levasse o nome do pai. Esse tempo acabou. Agora é necessário escutar os anjos mensageiros de Deus: “Não, ele vai chamar-se João”.
Paciência para quem ama e muito se apega as tradições religiosas: “ele vai chamar-se João” que, derivando do latim “Iohannes”, originário do grego antigo Ἰωάννης e, por sua vez, vindo do hebraico antigo יוחנן, etimologicamente significa Deus que concede dom, Deus misericordioso, Deus bondoso.
Pois, não é em vão que os acontecimentos excecionais que acompanham o seu nascimento causam surpresa: um nome nunca usado na família, um mudo que retoma a fala e pessoas que se perguntam “Quem virá a ser este menino?” Portanto, em todos paira uma grande maravilha! Ademais, Deus no seu Amor é a eterna novidade e surpresa! De facto, o Papa Francisco nos sugere: “Deixemo-nos surpreender por Deus” (Homilia, Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, 28.03.21).
Caríssimos, deixemo-nos surpreender, é hora de se converter a Deus e de passar do silêncio ao canto, dos hábitos consolidados à novidade e ao encanto e surpresa da fé. Os cépticos e aqueles que não fazem nada além de criticar e que tendem a espalmar a fé à lógica do bom senso, que estejam em silêncio.
Deus não se deixa engaiolar, não permite ser doutrinado, nem guiado por visões limitadas e angustiosas. Deus é o Regista da história, e nós somos meros atores até que Ele nos faça sair do palco da vida (cf. Erasmo de Rotterdam e William Shakespeare).
E “o seu nome é João”, finalmente, Zacarias “abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo Deus”. Ele foi libertado graças a Elizabeth, que seguiu a lógica divina.
Caríssimos, deixai Deus falar nas vossas vidas, ditar as regras, controlar e sobrepor o medo que está em nós. Ele vai nascer, e nós precisamos de uma mente livre para reconhecê-Lo.
Boa meditação e boas festas de Natal a cada um de vós, caríssimos! JB