Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

S. JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA

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Jo 20, 2-8

… o outro discípulo predilecto de Jesus que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou

 

A segunda “testemunha” que coroa o Menino Jesus nesta oitava do Natal é São João Apóstolo e Evangelista. João, cujo evangelho é representado por uma águia, devido à sua “profundidade no olhar”, está entre os primeiros quatro discípulos chamados por Jesus e fixará indelevelmente até a hora exata daquele encontro inesquecível: “era por volta das quatro horas da tarde” (Jo 1,39)!

Ademais, como ele poderia esquecer aquela hora que mudou toda a sua vida? João se lembra de quando, junto com André e seu irmão Pedro, ele estava às margens do Jordão escutando João Batista. Ao ouvir as palavras do profeta dirigidas a Jesus, “Eis o cordeiro de Deus”, ele foi seduzido e atraído pela mesma, e imediatamente foi atrás de Jesus e ficou com ele durante todo aquele dia (cf. Jo 1, 35-42).

A partir desse momento, João tornou-se o discípulo “predilecto”de Jesus. Com efeito, durante a Última Ceia, teve a oportunidade – o único entre os Doze – de se reclinar sobre o peito de Jesus (cf. Jo 13,25). Por isso, os orientais deram-lhe o título singular de ‘epi-stèthios’ (literalmente: reclinado sobre o peito). Com Pedro e Tiago testemunhou a transfiguração do Senhor (cf. Mt 17, 1-2) e sob a Cruz aceitou o convite de Cristo agonizante para acolher Maria em sua casa (cf. Jo 19, 27).

O Evangelho de hoje o apresenta de manhã cedo no Domingo de Páscoa, enquanto ele corre para o túmulo com Pedro. Sendo mais jovem, “correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro… mas não entrou”. Esperou pelo mais velho Pedro, porque soube que o seu Mestre mandava sempre os seus discípulos “dois a dois” (Mc 6, 7).

E João, assim que entrou no túmulo “viu e acreditou”.  Aqui está o mais belo elogio do Evangelista: ele “viu e acreditou”.  Com efeito, ele nos escreverá na sua Epístola “o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos, o que tocámos com as nossas mãos acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos” (1Jo 1, 3). Mas o seu testemunho foi recolhido no quarto Evangelho, todo centrado na Pessoa de Cristo, Verbo do Pai que “fez-se carne: estabeleceu a tenda entre nós” (Jo 1,14).

Há uma tradição antiga segundo a qual João, já muito avançado na idade, era carregado numa cadeira na igreja dos cristãos e sempre repetia: “Filhos amai-vos sempre uns aos outros”. E quando perguntado por que ficava repetindo isso até o tédio, ele respondeu: “Porque neste mandamento do Senhor está tudo!”.

Continuação de boas festas e Próspero Ano 2022, caríssimos. JB