Cristo nasce entre nós, nasce pobre para dizer aos pobres que Deus é um deles.
Amados irmãos e irmãs,
estamos a viver o tempo de Natal, tempo cheio de significado, já que recordamos o mistério extraordinário da encarnação de Jesus Cristo entre nós. Por amor, Deus baixou do Céu à terra para elevar a nossa humanidade até Deus.
Este ano, convido-vos, com o nosso Papa Francisco, a contemplar o presépio. Para ele o presépio tem tanto significado, que mereceu da sua parte uma Carta Apostólica, “Admirabile Signum”, onde somos convidados a olhar o presépio e a perceber o mistério admirável de ternura e amor que o mesmo nos transmite. Escutemos algumas palavras do Papa nesta sua Carta Apostólica sobre o Presépio:
“O Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem.”
E o Santo Padre pergunta: “Por que motivo suscita o Presépio tanto enlevo e nos comove?” E responde: “Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. O dom da vida, sempre misterioso para nós, fascina-nos ainda mais ao vermos que Aquele que nasceu de Maria é a fonte e o sustento de toda a vida. Em Jesus, o Pai deu-nos um irmão, que vem procurar-nos quando estamos desorientados e perdemos o rumo; e um amigo fiel, que está sempre ao nosso lado. Deu-nos o seu Filho, que nos perdoa e levanta do pecado.”
Contemplar o presépio, é contemplar o amor e ternura de Deus por nós. É admirar o mistério de compaixão de Deus pela humanidade. É, ao mesmo tempo, uma mensagem de esperança para os pobres. No presépio, vemos cumprida a profecia de Isaías que Jesus fez sua: “O espírito do Senhor repousa sobre Mim e enviou-me a anunciar uma Boa Nova aos pobres”. Cristo nasce entre nós, nasce pobre para dizer aos pobres que Deus é um deles. E apenas os pobres são capazes de, na noite, correrem para uma gruta a adorar um menino deitado numa manjedoura: o Senhor da Vida! Apenas os pobres são capazes de pegar nas suas humildes ofertas e levá-las agradecidos ao Rei dos reis. Apenas os pobres são capazes de escutar, na noite, cantos de anjos, anunciando a chegada do Rei da Paz!
Amados irmãos e irmãs, diante do presépio, façamo-nos pobres com Deus nascido pobre por amor. E levemos-lhe também nós as nossas ofertas de pobres: um coração humilhado e contrito; hinos e salmos de louvor; gestos de misericórdia e perdão; uma oração humilde e agradecida pela ternura de Deus, que o presépio nos revela.
UM SANTO NATAL PARA TODOS!
+ D. Manuel António Mendes dos Santos