O Menino Jesus voltou a nascer este ano. Apesar de Herodes continuar a persegui-Lo, de continuar a ser difícil encontrar lugar numa hospedaria, o Menino Jesus voltou a nascer, nunca se cansa de nascer, de fazer acontecer o Natal entre nós.
Este ano, Ele nasceu:
– numa cama de hospital, entre os doentes do COVID 19.
– numa família desempregada, que luta cada dia pelo seu sustento.
– num campo de refugiados, vítima das guerras fratricidas que os homens continuam a semear.
– no meio do deserto do Sahara, de uma família à procura de metas de vida.
– num bote no Mediterrâneo, entre sonhos e lágrimas de morte.
– em Cabo Delgado (Moçambique) entre os fugidos das suas aldeias incendiadas.
– entre as crianças de uma escola da Nigéria, raptadas por quem quer impor um Reino de Deus sem Deus (porque o Deus do ódio nunca pode ser Deus).
– entre os desesperados pelo desaparecimento de entes queridos, numa qualquer cidade do México.
– nas ruas de Lisboa, Madrid, Roma, Londres, Paris… envolto em lençóis de cartão.
– nos musseques de Luanda, nas tabancas da Guiné-Bissau, na “Roça” em São Tomé e Príncipe, nas favelas do Rio de Janeiro, na lixeira de Manila, nas barracas do Sweto (África do Sul)…
Nasceu pobre, entre os pobres, porque Deus sempre nasce pobre e para os pobres, mesmo que sejam os ricos a fazer a festa.
Nasceu, mais uma vez nasceu, e por isso cantemos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”.
UM SANTO NATAL, SEMEADO DA ESPERANÇA QUE O PRESÉPIO SEMPRE TRAZ AOS NOSSOS CORAÇÕES.
+ D. Manuel António Mendes dos Santos, Bispo Diocesano