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18ª Semana – Quinta-feira – T.C. São João Maria Vianney (1786-1859)

18ª Semana – Quinta-feira – T.C.

São João Maria Vianney (1786-1859)

Mt 16, 13-23

“… Simão Pedro disse: ‘Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo’”.

Hoje Jesus faz aos seus discípulos uma pergunta que certamente terá causado espanto quando a pronunciou: “quem dizem os homens que é o Filho do homem?”.  Com esta questão quer sondar o terreno para entender bem qual é a opinião que os seus contemporâneos têm d’Ele.

As pessoas o comparam a “João Batista … Elias … Jeremias ou um dos profetas”.  Se essa pergunta fosse feita hoje, prevaleceria a ideia de que Ele é uma espécie de mito, como Orfeu; um grande personagem lendário; um grande homem, mas nada parecido com Gandhi, Martin Luter King.  Portanto, são visões que, mesmo que revelem o grande respeito pela figura de Jesus, são muito redutivas.

E Ele, compreendendo a pequenez das respostas provenientes da sondagem, muda a sua perspetiva e pergunta diretamente: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Quase como se fosse em oposição ao que as multidões dizem.  Como se dissesse: “não vos contenteis com uma fé por ouvir dizer ou por tradição”.

De facto, Jesus não busca fórmulas, mas relações existenciais.  Portanto, a pergunta poderia assim ser formulada: “vós que abandonastes os barcos, escolhidos um a um, que estais Comigo há anos, compartilhastes os dias, as adversidades e as alegrias Comigo, quem sou Eu para vós?”

A mesma questão nos faz lembrar a dos namorados: “quem sou para ti?”, “o que sentes por mim?”, “que lugar eu ocupo na tua vida?”. Jesus não quer saber dos discípulos se Ele é melhor do que os outros, mas se eles O amam.

“E vós, quem dizeis que Eu sou?” Esta questão atravessou os séculos e surge novamente para cada um de nós: Quem é Jesus para mim, para ti, para nós? Quer dizer, que lugar Ele ocupa nas nossas vidas, ou quanto Ele é importante para nós? Estamos prontos para dar uma resposta tão clara e decisiva?

A resposta vem dada por Pedro, que representa a Igreja: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”, isto é, Aquele que comunica a vida.  É uma fonte da qual flui a vida, uma fonte que nunca secará: “Eu sou” (Ex 3,14).

“És o Messias, o Filho de Deus vivo”. É a grande profissão de fé.  Estando com Jesus, como Pedro esteve – e por meio de Pedro, portanto, por meio da Igreja – se tem o verdadeiro conhecimento.  E a pergunta feita por Jesus não é para saber o seu índice de aprovação como fazem hoje os grandes opinion leaders, mas sim para nos ajudar a entender o significado da nossa vida cristã.

Um filósofo descrente costumava dizer: “eu também considero Jesus de Nazaré um grande homem da história, mas para mim ele morreu no ano 33, na época de Pilatos; para vós, cristãos, no entanto, ele é Deus vivo”.

É sim, “o Filho de Deus vivo”. Pois, iluminado a partir do alto, Pedro “vê” – “feliz de ti, Simão… to revelou meu Pai que está nos Céus”. Também nós descobrimos que Jesus está “vivo” e com Ele cumprimos a nossa missão na história.  Ainda que o caminho da cruz nos faça conhecer Jesus como Messias sofredor, a Ressurreição O apresenta a nós como Redentor e vencedor da morte.

Portanto, reconhecer Jesus como Cristo significa, não o que digo sobre Ele, mas sim, mais o que vivo d’Ele, isto é: segui-Lo como Deus e Senhor da vida; acolhê-Lo mesmo na dor, considerando-O como o único que pode encher a nossa vida de alegria e felicidade, e testemunha-Lo aos outros. E é isto que, na sua vida toda entregue a Deus, fez São João Maria Vianney. Que ele interceda por nós.

Por JP

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